Podemos já ficar de olho nestes filmes abaixo como prováveis títulos a serem escolhidos pela academia.
Mesmo faltando mais de três meses para o Oscar 2013, e mais de dois para o anúncio de todos os indicados, resolvi formular essa grande lista, divida em cinco etapas, apontando desde cedo os possíveis e prováveis indicados para a maior premiação do cinema mundial. Obviamente muita coisa ainda irá rolar, muitos filmes de qualidade irão chegar e surpreender quem não os havia percebido (como foi o caso ano passado com o emocionante “Uma Vida Melhor”).
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Vale lembrar que muitos dos filmes citados na lista, os principais candidatos, ainda não aportaram no Brasil (muitos só irão chegar ano que vem), e alguns não foram lançados nem mesmo nos EUA. A lista foi formulada com base no conceito geral de certos filmes, tanto no Brasil como nos EUA, e no caso dos filmes ainda não lançados em seu hype gerado ou status dos envolvidos (atores e diretores). Aqui vai a primeira parte:
Lançado no penúltimo fim de semana nos EUA, essa grande produção baseada em eventos reais de um dos maiores presidentes e símbolos americanos vem arrancando elogios da imprensa especializada. Baseado não em sua vida, mas num período específico, “Lincoln” parece redimir o grande Steven Spielberg, que ano passado emplacou com o morno “Cavalo de Guerra”, e foi esnobado por seus esforços sinceros em “As Aventuras de Tintim” no Oscar. Apontada como uma obra séria, política e adulta, “Lincoln” parece evocar o Spielberg do qual sentíamos falta, de filmes como “A Lista de Schindler” e “Amistad”, e promete indicações para todo lado desde melhor filme e diretor, até parte do grande elenco, começando pela personificação encarnada do sempre excelente Daniel Day-Lewis (duas vezes vencedor do Oscar) como o personagem título.
Essa é a chance para a Academia se redimir do Oscar politicamente correto do ano passado. O polêmico Paul Thomas Anderson (“Magnólia” e “Sangue Negro”) entregou o que muitos chamaram de o melhor filme do ano, com essa produção que faz referência aos primórdios do culto conhecido como Cientologia. Anderson ousa ao contar a história do guru (papel de Phillip Seymor Hoffman, perfeito dizem) que cria uma espécie de seita que recupera almas perdidas. A curiosidade é que Hollywood é o grande foco da religião, que tem astros do calibre de Tom Cruise e John Travolta como fortes seguidores. Rodado pela primeira vez em 16 anos no formato de 65mm, que assombra pela qualidade, são esperadas indicações para o diretor, e atores para Hoffman, Amy Adams e para a performance estarrecedora de Joaquin Phoenix como o protagonista.
Também lançado há pouco tempo nos EUA, essa nova produção encabeçada pelo astro Denzel Washington vem dando o que falar. Primeiramente por ser o primeiro filme com atores reais do prestigiado diretor Robert Zemeckis (“Forrest Gump” e “Náufrago”) em 12 anos. Segundo pelo desempenho de Washington, que no filme interpreta um piloto aéreo alcoólatra, dado como certo para uma indicação. E por fim pela história de superação aonde um personagem desgraçado chega a seu fim do poço pessoal e precisa dar a volta por cima. O filme é uma grande produção adulta, recheada de nomes chamativos e uma história dramática mainstream do jeito que os votantes da Academia adoram, e que o Oscar sempre consagrou. Para quem já assistiu o trailer, mesmo aparentemente recheado de clichês, é impossível não se empolgar.
“Argo” é tido como o melhor esforço de Ben Affleck como diretor. Desde que migrou para trás das câmeras o astro entregou filmes satisfatórios do nível de “Medo da Verdade” e “Atração Perigosa”. Agora, Affleck entrega seu maior filme, uma grande produção internacional, e demonstra um amadurecimento para um cinema mais adulto. Abrangente, o filme fala sobre a crise no Irã da década de 70, onde durante uma revolta rebeldes invadem a embaixada americana fazendo dezenas de pessoas como reféns, cinco funcionários escapam. Um agente da CIA interpretado por Affleck bola um plano mirabolante para resgatar os fugitivos. Seria fantástico e fantasioso caso não fosse real. A produção ainda consegue momentos de alívio cômico, como sátira a Hollywood.
Conhecido por enquanto como “O Lado Bom da Vida” no Brasil, essa produção é encabeçada por dois dos mais prestigiados jovens atores de Hollywood, Bradley Cooper e Jennifer Lawrence. Porém, grande parte do pedigree dessa obra está em seu comandante, o diretor David O. Russell, que também adaptou o roteiro do livro no qual é baseado. O cineasta tomou o Oscar de 2011 de assalto quando seu “O Vencedor”, drama sobre boxe, recebeu sete indicações, inclusive de melhor diretor para Russell. Aqui, entramos no terreno de comédias dramáticas sobre personagens disfuncionais e suas famílias, coisa que os votantes da Academia também adoram (como “Beleza Americana” e “Melhor é Impossível”), para contar a história de relacionamento entre um casal com problemas psicológicos. A protagonista Jennifer Lawrence, que já tem uma indicação por “Inverno da Alma” no currículo, promete concorrer na categoria de atriz também.
Outro grande favorito de indicações, essa nova versão do conto clássico literário ainda não estreou nos cinemas do mundo. Dirigido pelo prestigiado Tom Hooper, que levou os prêmios de diretor e filme em 2011 por “O Discurso do Rei”, a nova adaptação do épico se torna agora um musical. Nos papeis principais Anne Hathaway e Hugh Jackman esperam indicações, assim como para quem sabe os coadjuvantes Amanda Seyfried e Russell Crowe (velho conhecido da Academia). Na trama clássica um ex-prisioneiro (papel de Jackman) busca redenção. Quem já conferiu fotos e trailers sabe que a talentosa Hathaway teve suas madeixas cortadas para uma cena do filme, o que poderia aumentar suas chances, já que os votantes adoram metamorfoses. Esperem indicações para a fotografia, figurinos e direção de arte da obra.
Embora tenha divido os críticos americanos, é inegável o cacife dessa obra. No comando temos Andy e (agora) Lana Wachowski (os pais da cultuadíssima trilogia de ficção científica, “Matrix”) e Tom Tykwer (diretor do cult “Corra, Lola, Corra”) numa colaboração nunca tentada antes entre três diretores num mesmo filme. Um dos filmes mais ambiciosos desse e de outros anos, a produção conta diversas histórias através de épocas temporais diferentes e discute filosofia, relacionamentos humanos, tecnologia e outros diversos assuntos em suas basicamente 3 horas de exibição. Astros do calibre de Tom Hanks, Halle Berry, Susan Sarandon e Jim Broadbent revezam-se em variados papeis ao longo das entrelaçadas histórias fazendo uso de uma dita excelente maquiagem. Mesmo que talvez não renda indicações aos atores, será muito difícil a obra ser totalmente ignorada no Oscar vindouro, já que foi considerada mágica e especial por diversos críticos de cinema.
Contado através de flashback essa produção épica aparentemente possui ares de “Forrest Gump” e “Peixe Grande”, se for realmente o caso está em ótima companhia. Também foi dito que o diretor da obra, o taiwanês Ang Lee se recusou a usar atores conhecidos justamente para não tirar o foco da maravilhosa história baseada num livro, que fala sobre um indiano náufrago numa espécie de Arca de Noé moderna. Com grandes efeitos visuais, e uma fotografia que promete chocar pela beleza, “As Aventuras de Pi” promete ser um dos fortes concorrentes ao Oscar próximo. Basta dizer que seu comandante tem prestígio de sobra já que Lee foi indicado três vezes ao maior prêmio do cinema, e venceu como melhor diretor por “O Segredo de Brokeback Mountain”, tirando o prêmio de Paul Haggis (por “Crash – No Limite”), em 2006.
O que aconteceu nas duas outras vezes em que o diretor Joe Wright e a talentosa atriz inglesa Keira Knightley trabalharam juntos? A resposta: um total de 11 indicações ao Oscar para dividir entre as obras “Orgulho & Preconceito” (que inclui melhor atriz para Knightley em 2006) e “Desejo e Reparação” (que inclui melhor filme do ano em 2008). Agora a dupla volta a se reunir para adaptar novamente uma obra literária clássica e icônica, “Anna Karenina”, do escritor russo Leo Tolstoy. Knightley, que interpreta a personagem título, numa obra de época é sempre sinônimo de indicações, e a produção chama a atenção desde já com seus figurinos super elaborados, e direção de arte fantástica. Com a vaga para dez filmes, será muito difícil a grande produção ficar de fora. No elenco, Jude Law e o jovem talentoso Aaron Johnson, de “O Garoto de Liverpool” e “Selvagens”.
De certa forma essa primeira parte da lista dos pretensos indicados ao Oscar 2013 trouxe apenas produções esperadas, conhecidas e de algum prestígio. A surpresa então fica com esse pequeno filme independente baseado em fatos reais, que chamou a atenção da crítica especializada, principalmente nos EUA, de forma excepcional. Escrito e dirigido pelo pouco expressivo diretor da terceira idade Ben Lewin, o filme fala sobre a história Mark O´Brien, deficiente físico em vias de completar 40 anos de idade, que decide perder a virgindade. Também um deficiente físico, o diretor encantou plateias com sua história de perseverança, humanidade, e acima de tudo bom gosto ao contar uma trama inusitada o suficiente para capturar verdadeiras plateias, ao mesmo tempo sendo uma obra emotiva politicamente correta e mainstream do jeito que os votantes apreciam. O destaque, como apontam os críticos, fica com a performance rouba prêmios do eficiente John Hawkes (indicado em 2011) e da veterana Helen Hunt (vencedora em 1998), que desempenha cenas ousadas ao se despir totalmente em vias de completar 50 anos de idade.
Em breve a Parte 2 do especial sobre os possíveis e prováveis indicados ao Oscar 2013.
Texto por: Pablo Bazarello
fonte cinepop
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